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Estava eu olhando as estantes de minha biblioteca, para encontrar algum livro que me inspirasse a escolher um tema para este artigo. Olho para a direita, depois à esquerda, paro um pouco aqui, outro minuto acolá. Eis que, de repente, meus olhos crivam em um opúsculo que tiro da estante. Estava ainda envelopado em celofane, impecável, ereto oferecendo-se. Como este livrinho foi parar lá, intocado, mas, não intocável? Puxo-o para mim e leio o título: "Ora bolas"... e, ainda na mesma capa, os dizeres "O humor de Mario Quintana". Arranco o celofane e percebo que se trata de um desses opúsculos L&PM Pocket. E me pergunto: Como este livrinho ficou intocado por tantos anos? Mistério! Trata-se de um relato de 130 historinhas compiladas e adaptadas por Juarez Fonseca, uma 4ª edição revista e aumentada, de 2011. Surpresa agradável! E foi daí que pensei: —Vou repartir essa surpresa com os leitores. Vamos lá, então. Na apresentação do livrinho algumas palavras de Luis Fernando Verissimo. Conterrâneo falando de conterrâneo. E Verissimo conta que Quintana dizia muito "ora bolas" e que, desde que o conhecera, nunca o ouvira dizer nada mais importante ou contundente do que "ora bolas". E mais: ao contrário de outros humoristas, Quintana era espontaneamente engraçado.
Ao acaso, destaquei uma das 130 historinhas para reparti-la com o leitor. Então, lá vai. Conta-se que, entre os perseguidores de Mario Quintana, havia uma senhora que não dava trégua. Era muito nhém- nhém-nhém, muito tia velha. E ele fugia, espavorido. Pediu aos porteiros da redação para alertá-lo sempre que ela chegasse. Sabendo disso, seu colega de redação, mete o bedelho, debochado: —Estás sendo injusto. Essa senhora te considera o maior dos poetas. Gosta tanto de ti que de vez em quando faz um recital com teus poemas. E ele: —Esse é o problema. Um dia ela conseguiu me arrastar para um recital no Teatro São Pedro e fiquei constrangido. Declamava meus poemas de forma tão melosa, que as pessoas devem estar achando que eu sou fresco...
Mais uma, rapidinho. Quintana estava autografando livros com a tranquilidade costumeira, dizendo uma coisa ou outra para as crianças, quando é apresentado a um ministro de Estado, de agem por Porto Alegre, e que estava ali para cumprimentá-lo. Curvando o corpo, o político confessa, tentando ser gentil: —Gosto muito dos seus versinhos. E Quintana, abrindo aquela sua expressão de incredulidade, revida no mesmo instante: —Muito obrigado pela sua opiniãozinha.
Mais do que humor e irreverência de Mario Quintana, estas pequenas anedotas expõem com felicidade uma personalidade forte e marcante. Às vezes, assustam um pouco pela quase crueldade, mas todas encantam pela originalidade que revelam. Sempre arredio, Quintana garantia que era preferível ser alvo de um atentado do que de uma homenagem: era mais rápido e sem discurso. Esse livrinho veio para as pessoas se divertirem, conhecendo um lado de Mario Quintana que ficou mais ou menos reservado.