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Vamos discorrer sobre algumas ideias da psiquiatra brasileira Nise da Silveira, de quem espero que o leitor já tenha ouvido falar. Esse nome deveria ser motivo de orgulho para os brasileiros, posto que se trata de eminente figura no campo da psiquiatria. Entremeando dados biográficos com a ciência por ela defendida, daremos breve panorama da vida dessa mulher icônica para os primórdios da psiquiatria no Brasil.
A família de Nise desejava que ela continuasse os os de pianista da mãe, contudo, alterando a idade de 15 para 16 anos, garantiu seu ingresso na faculdade de medicina da Bahia, única mulher numa turma de 157 alunos. Iniciava aí seu pioneirismo na carreira. De lá para frente, Nise começava a desbravar terras inóspitas e a sofrer perseguições.
Com a morte do pai, professor de matemática, ela precisava ganhar a vida. Muda-se para o Rio, onde integrou o círculo de amigos constituído por Manoel Bandeira e Ribeiro Couto. Aí, inicia a fase de trabalhos acadêmicos para psiquiatras, ensejo para descobrir sua vocação. Presta concurso e é aprovada para vaga de médica psiquiatra, em 1933, até ver seu trabalho interrompido alguns anos depois por motivos políticos. Nessa década de 30, foi presa pelo governo Getúlio Vargas por seu envolvimento com o comunismo e com organizações de esquerda como o Partido Comunista Brasileiro. Esteve atrás das grades no mesmo lugar e época de nomes como Graciliano Ramos e Olga Benário. Após sua liberação, andou pelo país, escondendo-se por receio de ser presa outra vez. A política não a tomaria por muito tempo. A ditadura do Estado Novo entrava em colapso quando retornou ao serviço público, em 1944, onde permaneceu até 1975, no Centro Psiquiátrico Pedro II, conhecido como Hospital do Engenho de Dentro e que hoje tem seu nome. Nise continuou ativa até 1999, seu último ano de vida.
No hospital, discordava dos métodos empregados propondo a substituição por tratamentos mais humanizados, mais afetivos e pondo os pacientes em o com animais. Como o tratamento da época consistisse em eletrochoques, insulinoterapia, coma insulínico e lobotomia, o tratamento proposto antecedia aos movimentos de renovação psiquiátrica. Tais movimentos, já conhecidos na Inglaterra na década de 60, na Itália na década de 70, no Brasil começa a se proposto por Nise na década de 80.
Lendo o que havia no mundo sobre o tema, Nise entrou nem o com autoridades no assunto. Com Boris Levinson, ou a entender a importância do convívio dos internos com cães e gatos. Com Carl Jung ou, a princípio, a trocar correspondência para, posteriormente, rumar para Zurique onde iria estudar no instituto que levava o nome do psicólogo. Aí, Nise recebeu supervisão em psicologia analítica, vindo a tornar-se uma grande divulgadora de Jung no Brasil, movimentando grupos de leitura e de pesquisa. Foram bastante divulgados os trabalhos recorrentes que os doentes mentais realizavam com mandalas. A aproximação de Nise com Jung, sua leitura de Spinoza, o significado das mandalas foram vistas não só como possibilidade de interpretação, mas de simbolização e individuação.
A vida profissional de Nise da Silveira, todavia, não foram flores. Além da prisão, enfrentou também boicotes violentos. Um colega seu, diretor do hospital onde ela trabalhava, acusou-a de contratar artistas para produzirem as mandalas. Tentou também, sem sucesso, proibir uma exposição da médica, desconsiderando o apreço que ela gozava na comunidade. Tudo isso sem contar o mesquinho envenenamento de bichos fundamentais para a melhora dos pacientes, o que os levava a uma piora após a morte dos animais que eram suas companhias. Nise também lutou com o machismo imperante num mundo profissional onde a mulher era número reduzido. Suas ideias de cura pela arte, por uma questão de gênero, eram vistas como estapafúrdias e inconsistentes.
Essa cientista alagoana foi a pioneira do tratamento humanizado da saúde mental no Brasil e referência mundial na psiquiatria.
Toda honra e mérito a quem de direito!