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A gente olha para o outro e acha que entende. Vê alguém calado e chama de frieza, vê um atraso e pensa em descaso, percebe um afastamento e julga desinteresse. Mas o que sabemos, de verdade? Só enxergamos a superfície, como quem observa um rio sem imaginar a força da correnteza que corre por baixo. E se, por um instante, colocássemos os sapatos do outro? Se sentíssemos na pele o peso dos dias, a pressa que sufoca, as dores que não são ditas? Talvez, assim, víssemos além do que os olhos podem alcançar.
Empresto-te os meus sapatos. Anda por onde andei, carrega o que carreguei. Sente os joelhos fraquejarem, o peito apertar, os pensamentos gritarem no meio da noite. Aprende que nem toda pausa é preguiça, que nem todo silêncio é indiferença, que há batalhas invisíveis sendo travadas dentro de quem parece apenas parado. Anda com a pressa que me exigem, cumpre os prazos que me atropelam, lida com as expectativas que nunca dei conta de suprir. E então me diz: ainda faz sentido julgar?
Segue mais um pouco. Mas vai devagar, porque se correr demais, meu espírito pode ficar para trás, já aconteceu comigo antes. Algo sempre sussurra antes de gritar, mas quase nunca paramos para ouvir. Eu também ignorei os sinais. Quantas vezes ei por cima da minha intuição, daquela voz firme que só queria me proteger? Você já sentiu isso? Aquele momento em que seguimos alucinados, embriagados pelas urgências dos outros, até que, de repente, tudo aquilo que parecia inadiável se dissolve diante do que realmente importa para nós mesmos? Pois é.
Depois, me conta. Te doeram os pés? Se doer, me diz. Porque talvez, só talvez, esse seja o único jeito de aprender a olhar para si e para o outro sem pressa, sem julgamento. Com um pouco mais de paciência, de empatia, de gentileza. Afinal, a vida não é uma corrida. E viver exige coragem e atenção.