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Recentemente, o time de futebol subvinte, da Sociedade Esportiva Palmeiras, em nome de um de seus representantes, foi alvo de racismo intolerável e "nojento", para usar a expressão do comentarista Paschoal, da ESPN Brasil. O episódio ocorreu no Paraguai, quando a seleção enfrentava a do Cerro Porteño e ganhava a partida. O jogador Luighi, ao aproximar-se do alambrado, foi recebido com a imitação de um macaco, por um homem com uma criança no colo. A seguir, seguindo o efeito manada, outros tantos torcedores pam-se a gritar histericamente e cuspiram no jogador. A reação foi a mais inesperada. Muitas outras vezes, esse episódio racista já ocorrera em diversas partes do mundo em relação a nossa seleção, mas em nenhum deles o jogador reagiu de forma tão humana. Luighi caiu num choro incontido, que mais parecia uma criança desamparada, longe dos pais, pedindo carinho e socorro. Nenhuma mulher, por mais guerreira e dura que fosse, deixaria de reagir à cena com lágrimas nos olhos.
Não tenham dúvidas de que esse fato vai parar por aí. No Paraguai, essa atitude dos torcedores não é tida como crime. O árbitro, por sua vez, considerou aquilo como simples "brincadeira" e a Conmebol consultada, parece não ter a menor intenção de tomar alguma medida. Embora a Presidente do Palmeiras, Leila Pereira, tenha ficado ofendida com a atitude dos autores da peça e dos dirigentes do clube paraguaio, e tenha pedido medidas enérgicas aos envolvidos, nada foi feito e nem será, acreditem.
Gostaríamos de saber como você considera esse episódio. Dizemos isto porque, o Brasil está cheio de falsos antipreconceituosos. Estivemos relendo o livro "Uma Gota de Sangue", maravilhoso estudo das raças, de Demétrio Magnoli, e vamos extrair algumas palavras ao leitor. Aceite-as ou ignore-as.
A discriminação racial no Brasil é percebida como um fenômeno bastante minoritário, ainda que algumas de suas manifestações sejam intensas. O exemplo notório de uma dessas manifestações é a seleção por agentes policiais de jovens de pele mais escura como suspeitos prévios de atos ilícitos.
Um informante branco ofereceu a dois sociólogos conhecidos um diagnóstico já célebre: "Nós, brasileiros, temos preconceito contra ter preconceito". A afirmação, interpretada pelos racialistas, seria um indício dos males ocasionados pelo "mito" — no sentido vulgar de mentira ou ocultação — da "democracia racial". A tarefa consistiria em riscar não o preconceito racial, mas o "preconceito contra ter preconceito", de modo a permitir a emersão de um confronto de interesses raciais. Mas, efetivamente, a afirmação indica que o "mito" da "democracia racial" conduz a atitudes antirracistas, crismando o preconceito como algo intolerável. É uma plataforma inigualável se a meta for a edificação de uma plataforma cega para a cor da pele dos cidadãos.
Na verdade, agora falamos nós, há mesmo muito de mentira nas atitudes de milhares que se declaram não preconceituosos, seja por necessidade ou por apego a uma posição mais agradável e interclassista. Estes preferem uma mentira mais amena a uma severa condenação, por dar a impressão de mais indulgência e liberalidade. Os brasileiros não aprenderam a separar as pessoas segundo o cânone do mito da raça. Não imaginamos até agora que as águas podem e devem se misturar. Que o mais importante é a raça humana!